sábado, 29 de abril de 2023

Uns Planetas João Rodrigues

 UNS PLANETAS

 

JOÃO RODRIGUES

 

            O menino Marquinho e a sua querida professora Eme, em uma imaginária nave do sonho, seguiam pelo espaço:

            - Professora, pra onde estamos indo?

            - Hoje vamos conhecer os planetas.

            - Planetas! Que nome estranho professora!

            - Não estou vendo nada de estranho em planetas Marquinho.

            - Tudo bem professora. E o que são planetas?

            - São os astros que giram ao redor do sol, e que dele recebem luz e calor...

            - Então os planetas giram ao redor do sol?

            - Sim Marquinho, veja, lá está o planeta terra, onde moramos.

            - Ele é azul professora!

            - Isso mesmo, mas pode chamá-lo de terra.

            - A Terra, como ela é linda...

            - Olhe Marquinho!  

            Marquinho olhou no imaginário visor da nave da professora Eme e relatou:

            - Que lindo!

            - Como é lindo Marquinho!

            - Isso mesmo professora, parece uma estrela, mas é um planeta?

            - Sim Marquinho ele é o planeta Vênus, ele é menor que a Terra.

            - Ele parece um disco professora.

            - E está notando quanto ele é escuro.

            - Embaçado e quente. Ele é feio.

            - Sim Marquinho, ele é mesmo feio.

            - Pra onde vamos agora professora? Está ficando muito quente.

            - Vamos chegar mais perto do sol Marquinho. Lá está o planeta que vive mais perto do sol, lá é muito quente.

            - Coitado, deve sofrer tanto. Eu estou com medo.

            - Não é preciso ter medo Marquinho, nós precisamos conhecer os planetas.

            - Vai ser muito demorada esta viagem professora?

            - Vai Marquinho, mas não fique triste, olhe quantas estrelas, veja como é lindo o céu aqui de cima.

            - Estou meio tonto professora, vou ler um pouco, quando chegar a senhora me avisa.

            - O que você vai ler?

            - Marquinho e o Alfabeto.

            - Marquinho e o Alfabeto falam do quê?

            - É uma história de um Marquinho e uma professora Eme que conversam com as letras do alfabeto.

            - Você parece bobo Marquinho. O marquinho que o livro fala é você e a professora sou eu.

            - Mas não me lembro se sou eu professora.

            - Você não se lembra que tiramos uma foto com as letras do alfabeto?

            - Ah, agora me lembro, o escritor João Rodrigues até estava com a gente!

            - Isso mesmo.

            - Professora, será que vamos encontrar com o escritor João Rodrigues nesta viagem?

            - Não sei Marquinho, ele é muito imprevisível.

            Marquinho foi ler o livro enquanto a nave se desloca na imensidão do espaço. Cada vez que o relógio da professora registrava um segundo a temperatura aumentava...

            - Professora, não seria melhor a senhora me falar deste planeta e voltarmos, está muito quente, a nave pode até pegar fogo.

            - Estamos chegando Marquinho, coloque os seus óculos especiais por causa dos raios ultravioleta do sol.

            Marquinho colocou seus óculos e pode ver a beleza do planeta.

            - Ele é lindo professora, como se chama mesmo?

            - Mercúrio Marquinho.

            - A senhora está voltando porque professora?

            - Vamos para outro planeta Marquinho.

            - E pelo mesmo caminho de volta?

            - Sim, só depois  de Vênus e Terra que vamos encontrar outro planeta.

            - Já que é assim, eu vou ler outro livro.

            - Qual que você vai ler?

            - Marquinho e o Brasil.

            - Este eu gosto, é mais um livro do João Rodrigues.

            - Eu também gosto, ele nos deu carona.

            E depois que Marquinho e a professora Eme passaram por Vênus e pela Terra ...

            - Lá está Marquinho!

            - O quê professora?

            - O planeta Marte.

            Marquinho olhou para onde apontava a professora e surpreso acrescentou:

            - Lindo este planeta, é que a minha mãe falou que tem gente.

            - Sua mãe lhe disse isso Marquinho?

            - Disse que os Marcianos vieram de Marte.

            - Isto é história Marquinho, não se sabem a verdade.

            - Antes fosse verdade professora, pois é lindo o planeta.

            Da forma que a nave da professora ia passando, Marquinho ainda falava do planeta.

            - Já passamos por ele Marquinho, estamos a caminho de outro planeta.

            - Então vou dormir professora.

            - Durma Marquinho, vai ser longa a viagem.

            Marquinho dormia enquanto a professora vagava na imensidão do espaço em busca de mais um planeta...

            - Estamos chegando Marquinho, acorde, estamos chegando.

            - Andou tão depressa professora.

            - Foi porque você estava dormindo, mas foi longa a viagem.

            - Já vamos pra casa agora professora?

            - Não Marquinho, ainda estamos menos do meio da jornada.

            - Não dá pra gente voltar outro dia?

            - Não, temos que conhecermos os planetas hoje.

            - A senhora disse, está dito.

            - É melhor assim, pode ler o seu livro.

            - Aquele eu já terminei.

            - Leia outro.

            - Qual agora?

            - Tem aí na minha bolsa, pode pegar.

            Marquinho apanhou a bolsa da professora Eme dizendo:

            - Com licença professora, sei que não é certo pegar em coisas dos outros, mas como a senhora permitiu.

            - Fique a vontade Marquinho.

            - Professora, a senhora também gosta de ler livros de João Rodrigues?

            - Sim Marquinho, eu tenho a coleção completa.

            - Estou vendo muitos, mas vou ler este.

            - Qual?

            - Marquinho e os Números

            - Ele é muito bom.

            - Cuidado professora!

            A professora Eme procurou desviar a nave  de um grande meteoro que vinha vagando pelo espaço.

            - O que é esta coisa professora?

            - Meteoro Marquinho.

            - Bicho doido professora, vem com tudo.

            - Veja Marquinho, ai está o planeta Júpiter.

            - Aqui pra nós professora, se existir alguma coisa bonita, perde para ele.

            - É mesmo muito bonito Marquinho - argumentou a professora perdida na imensidão de cores do planeta.

            - Ele podia chamar de o planeta colorido, não é Marquinho.

            - Muitas cores mesmo, professora, e como ele é enorme.

            - Mil vezes a mais que a Terra.

            - É isso mesmo professora.

            Depois de se perderem na beleza do planeta Júpiter a professora Eme e Marquinho continuavam cada vez mais distante da terra em busca dos planetas.

            - Qual o próximo agora professora?

            - Logo você saberá Marquinho.

            - A senhor tem uma mania de só falar do planeta depois que a gente o vê.

            - Não acha melhor Marquinho?

            Marquinho nem sequer respondeu a professora, porém exclamou:

            - Está ficando frio! Muito frio!

            - A temperatura vai esfriar muito Marquinho, mas não fique triste que logo estaremos de volta à Terra.

            - O que é aquilo?

            - É o planeta Saturno

            - Saturno, ele é bonito - argumentou Marquinho meio sonolento.

            E a nave da professora Eme seguia, enquanto Marquinho dormia.

            - Marquinho, acorde querido, pois já estamos passando pelo planeta Urano.

            - Estou vendo professora, não suporto o frio.

            - Sei que está frio Marquinho, é mesmo muito frio, estou quase voltando.

            A professora Eme começou a desanimar com a viagem, o frio aumentava e Marquinho tremia de frio que os seus lábios tocavam uns nos outros.

            - Marquinho, não tenha medo, vou ficar junto de você.

            - Quem vai conduzir a nave professora?

            - O computador Marquinho.

            A professora acionou o terminal do computador na sua grande nave da educação pode maravilhar quando a máquina falou:

            - Planeta Netuno à vista.

            - Veja Marquinho, o computador avisa sobre o planeta.

            - Estou com frio, eu vou morrer.

            - Não vai morrer, vou acionar o dispositivo nuclear.

            - Dispositivo nuclear professora, o que é isso?

            - Recurso que o computador tem Marquinho.

            - Obrigado professora Eme  -  argumentou o computador.

            - De nada máquina sabida! - exclamou Marquinho.

            - Já está se sentindo melhor marquinho?

            - Sim computador.

            - Então sorria a vida só é vida com alegria.

            - Concordo com você computador - argumentou a professora.

            E a imaginária nave da educação se deslocava na imensidão em busca do último planeta perdido, quase que totalmente na escuridão.

            - Usar capacetes com lentes especiais para poder ver o planeta Plutão.

            - Coloque o capacete Marquinho.

            - Olhe professora, que planeta estranho, coberto de gelo.

            - Ele deveria se chamar planeta água.

            - Não computador, planeta gelo.

            - Sei lá Marquinho, sei que ele é o último planeta do sistema solar.

            - O que é sistema solar computador?

            - Pergunte a sua professora, pois é a missão dela.

            - Desculpe computador, é que eu estava gostando de falar com você.

            De nada Marquinho, mas não fui programado pra dar aula, se fosse responderia a sua pergunta com todo prazer.

            - Marquinho, o sistema solar...

            - Já sei professora, são astros que giram em torno do sol, primeiro o sol,  e perto dele tem Mercúrio, depois vem Vênus, Terra que é o único planeta habitado onde nós moramos, depois vem Marte que acham que tem vida, mas a senhora viu que não vimos ninguém lá, depois vem Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e finalmente Plutão.

            - Fale os planetas em ordem alfabética Marquinho.

            - Pra que computador?

            - Eu quero testar sua inteligência.

            - Você foi programado pra isso.

            - Marquinho, respeite o computador.

            - Desculpe computador, eu vou responder sua pergunta.

            E sem nenhum embaraço Marquinho disse:

            - Júpiter, Marte, Mercúrio, Netuno, Plutão, Saturno, Terra, Urano e Vênus.

            - Obrigado Marquinho, agora quero ver se você responde em ordem de aproximação do sol.

            - Já falei computador.

            - Não custa falar novamente Marquinho! - exclamou a professora.

            - Está bem, pode anotar.

            Curiosa a professora e o computador ouviram Marquinho.

            - Vou começar do mais distante até chegar próximo do sol. Não é isso que querem?

            - Sim Marquinho - argumentou o computador.

            E Marquinho disse:

            - Plutão, Netuno, Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio. E da outra maneira querem saber?

            - Queremos - confirmou a professora

            - Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.

            O computador e a professora deram parabéns ao Marquinho que feliz disse:

            - Professora, onde estamos agora?

            - Estamos de volta à terra.

            - Está longe da terra computador?

            - Não Marquinho, dentro de poucos minutos...

            - Computador, fale o que foi, fala.

            - Alguma coisa Marquinho, está atrapalhando os meus circuitos.

            - O que devemos fazer professora?

            - É só desligar o computador  Marquinho, já estamos chegando.

            - Não faça isso, não faça isso.

            - Por que computador? - indagou a professora.

            - Entramos na atmosfera, a nave vai explodir, saltem de pára-quedas anti-chamas, antes que seja tarde.

            - Vamos Marquinho, ponha o pára-quedas.

            - Já coloquei professora.

            - Boa sorte Marquinho, boa sorte professora Eme.

            - Adeus computador - gritou Marquinho.

            Agora ninguém podia falar, nem Marquinho, nem a professora Eme, e nem o computador, cada um seguia o seu destino. Marquinho por sua vez sentia-se aliviado por notar que o seu pára-quedas funcionou e ainda mais alegre ficou quando o da professora Eme também havia funcionado.

            - Chega perto de mim professora...

            A professora não ouvia Marquinho, mas se sentia feliz por saber  que o seu aluno estava bem.

            - Segure firme Marquinho, que vamos...

            Antes de a professora terminar de falar o seu pára-quedas se desfazia no meio de num capinzal.

            - Marquinho, cuidado com as cobras.

            - Estou bem professora, onde será que estamos?

            - Na terra Marquinho, no planeta Terra.

            - Eu sei professora, mas onde?

            - Parece ser uma fazenda Marquinho, veja o gado.

            - De quem será esta fazenda?

            - Tem ali uma placa Marquinho, vamos ver o que está escrito.

             Marquinho correu e leu a placa em voz alta.

            - seja bem-vindo à fazenda paredão, de propriedade do senhor Liano.

            - Já ouviu falar deste homem professora?

            - Não estou lembrada Marquinho.

            - Mas eu já, veja professora, uma casa no pé daquela serra.

            - Vamos ver de quem é - argumentou a professora contente.

            E ao chegarem à casa...

            - Ô de casa! - gritou Marquinho.  De dentro da casa alguém disse:

            - Pode entrar.

            - Conheço esta voz professora.

            - Você não está enganado Marquinho?

            - Não professora, quer ver?

            - O quê?

            Marquinho alegre falou:

            - Escritor João Rodrigues, o que está fazendo aqui?

            O escritor abriu uma janela e alegre falou:

            - Marquinho, professora Eme, que surpresa, entrem que estou acabando de escrever mais um livro.

            - Qual João Rodrigues? - indagou Marquinho.

            - Marquinho e os Planetas.

            Os três abraçaram no meio do terreiro da imaginária fazenda...

            - Marquinho, é hora de acordar filho...

 

            Fim

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