A BOLA
JOÃO RODRIGUES
- Ei! Ei! Quem é você?
- Bola, eu sou a famosa Bola. E quem é você?
- Sou Marquinho, um aluno da professora Eme.
- Você gosta de jogar Bola? Hem Marquinho!
- Quem não gosta Bola!
- Ótimo, estou mesmo com vontade de rolar por aí...
Marquinho tomou a bola em suas mãos e disse:
- Você é feita do quê?
- De muitos produtos Marquinho – informou a professora Eme que acabava de chegar.
- Mudou tudo professora! Exclamou Marquinho meio triste.
- Por que ficou assim Marquinho? – Indagou a Bola meio triste.
- É que só a gente estava aqui e de repente chegou a professora, ela quebrou o clima do momento.
- Essa é a vida Marquinho, seja bem vinda professora.
- Obrigada Bola.
- De nada professora, peça desculpa a professora Marquinho.
- Não sei se devo Bola, ela é que entrou em nosso mundo.
- Mesmo assim é uma professora, merece ser respeitada.
- Vou pedir desculpas, mas gostaria de dizer, no entanto que certos professores deveríeis respeitar os seus alunos, não se vestir de autoridade e não respeitar os seus limites.
Enquanto Marquinho fazia as suas reivindicações a Bola saiu rolando e acabou descendo uma rua que dava para uma praça que era banhada pelo grande rio que descia com mansidão até o grande mar.
De repente Marquinho se deu conta de que a Bola não estava mais ali.
- Professora, a bola desapareceu! - Exclamou Marquinho seguindo a rua em direção à praça à procura da Bola dizendo:
- Vamos professora, a Bola ficou com medo da senhora, ela foi embora.
- Calma meu filho, é só uma Bola!
- Mas ela gosta de mim – dizia Marquinho chegando à praça e não viu a Bola que nesse momento já estava descendo na correnteza das águas do rio.
- Ela se foi professora, ela se foi...
- Deve ter sido levada por alguém Marquinho!
- Não professora, ele desceu rio abaixo.
- O que quer fazer Marquinho?
- Vamos à busca dela professora!
- Mas não podemos andar sobre as águas.
- Vamos procurar um barco, assim chegaremos até ela...
- Barco de quem?
- Do seu Helio. Meu pai disse que ele rema muito bem.
- Eu não sei quem é ele.
- Eu também não o conheço professora, mas no barco dele devemos encontrar alguém que conhece ele.
De modo que Marquinho e a professora Eme foram até o lugar que os barcos ficavam ancorados e ali se encontraram com o seu Helio...
- Meu nome a Marquinho, essa é a minha professora Eme, precisamos do senhor para nos ajudar a trazer a minha bola de volta.
- Sua Bola? – indagou o seu Helio dizendo:
- Bola não tem domínio, a gente é que a conduz.
- Sabemos disso seu Helio, é que ela desceu rio abaixo.
- Nessas alturas ela já deve estar muito longe!
- Por isso é que precisamos do senhor – relatou Marquinho com ar de humildade.
Minutos depois Marquinho e sua professora desciam rio abaixo com o seu Helio no seu possante barco e com a sua fama de grande remador.
O sol já descia no horizonte, e do lado oposto um grande manto de escuridão parecia trazer uma escura noite no sertão.
- Esta noite vai ser por demais escura – relatou o seu Helio dizendo:
- Vai ser longa a nossa viagem.
- Como assim seu Helio? Logo chegaremos ao fim do rio.
- O rio se encontra com o mar Marquinho.
- Iremos até o fim do mar.
- Vai ser difícil mesmo seu Helio – relatou a professora Eme.
Algumas horas mais tarde a escuridão da noite foi quebrada com uma enorme lua que fazia refletir nas águas do grande rio um lindo lençol de prata.
- Como é linda a natureza professora – relatou Marquinho se deitando no colo da professora Eme e dormiu, logo em seguida a professora Eme recostada num banco do barco dormiu e assim o imaginário barco descia rio abaixo com destino ao mar, por o seu Helio também dormiu.
De modo que a noite se foi, e os lindos raios de sol acordavam os três que dormiam dentro daquele barco ancorado num pequeno porto no rio do saber...
- Onde estamos! – Exclamou Marquinho ao ninguém, pois a professora Eme e o seu Helio ainda dormiam profundamente...
- Vamos acordando ai gente, já é dia, e estamos num porto...
Marquinho desceu do barco e já em terra firme relatou:
- Professora, chame o seu Helio pra gente conhecer este lugar, aqui é muito bonito...
- Está bem Marquinho, quem sabe você até esquece essa balo e a gente pode voltar pra casa!
- Não professora, eu quero a Bola.
De maneira que os três seguiram pelo barranco do rio até chegaram a um lindo jardim que até fez o Marquinho dizer:
- Que jardim maravilhoso professora, de quem será?
- Deve ser de alguém que ama a natureza sem medida...
- Olhe professora, tem uma casa ali perto...
- Vamos até lá Marquinho – sugeriu o seu Helio.
De modo que os três seres humanos foram até a casa e Marquinho chamou:
- Ei morador!
Um cão latiu e logo em seguida um senhor disse:
- Bom dia pessoal, não tenha medo do meu cão, venha Joe.
- Eu sou Marquinho, essa é a minha professora Eme e o seu Helio, dono do barco que nos trouxe até aqui a busca da bola.
- Não sei de nada que fala Marquinho, mesma tudo bem, eu sou Liano e aqui é a minha casa, vemos entrando, fiquem a vontade...
Quando Liano falou que era Liano a professora Eme relatou:
- Seu nome não me é estranho!
- Sei que não somos estranhos, somos personagens das histórias de João Rodrigues, eu sou da história Um Lugar Bonito, Liano, e outras que apareço em algumas falas.
- Compreendo seu Liano – relatou Marquinho dizendo:
- Eu sou personagens de várias histórias, inclusivo em uma delas eu caí de pára-quedas em uma das suas fazendas. E por falar nisso, João Rodrigues vem sempre aqui?
- Gostaria Marquinho, mas é muito raro. Vamos entrar e tomar café.
Instante depois Marquinho sua professora e seu Helio já assentados numa grande mesa o seu Liano falou:
- Naninha. Temos visitas.
Quando Naninha chegou à sala acompanhada da sua filha Bé que assim relatou:
- Bom dia gente, é grande a nossa alegria servir o café da manhã para pessoas tão importantes.
- Por que importante senhora - indagou Marquinho.
- Sim, você é Marquinho, eu sou Bé da história Um Lugar Bonito, vejo agora professora Eme e um novo personagem seu Helio.
- Posso te dar um abraço Bé?
- Sim Marquinho...
Quando Marquinho abraço Bé ouviu uma criança gritar:
- Mamãe, onde está você?
- Quem te chama Bé?
- Minha filha Nara.
Logo em seguida Marquinho e Nara brincavam no lindo jardim que se estendia ao longo do grande quintal da casa de Liano lá nos sonhos de Marquinho.
- Marquinho, venha, tem alguém que quer te ver...
Marquinho e Nara vieram correndo segurando um na mão do outro.
- Quem é professora?
- Quando Marquinho olhou para o lado avistou João Rodrigues vindo em sua direção com a Bola na mão.
- João Rodrigues, onde estava a Bola?
- Ela é uma das minhas personagens que criei especialmente para fazer uma grande homenagem a todas as crianças do mundo que gostam de brincar e a retratar minha nova história.
- Que história é essa história João Rodrigues? – Indagou Marquinho ansioso para saber qual era a história de João Rodrigues que lhe fazia sair de um lugar para outro como num sonho que parecia não terminar.
- A Bola Marquinho, essa é a minha nova história.
- Calma filho, o que está sonhando desta vez que te fez chorar?
- Nada não mamãe. Foi só um sonho, um lindo sonho.
Relatou Marquinho murmurando:
- A Bola. Eu quero uma bola nova...
FIM
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