sábado, 29 de abril de 2023

O Encontro João Rodrigues

 O ENCONTRO

 

JOÃO RODRIGUES

 

            Nesta história vou lhe contar o que fiz. Os nomes e encontros de seres que observei. E até parece que você poder ter o direito de levantar alguma suspeita no tocante ao meu comportamento, sim, veja só, eu um homem dotado de perfeito sentimento e funcionamento das funções vitais, sentimentos e além disse ser um escritor com o privilégio encantado de encanto e beleza, do poder de poder ter e saber escolher entre a multidão de letras , no mar da existência as mais belas e com elas formar a informação. Deixando assim, até paixões, não só por sentimentos ou mesmo o contentamento.

            De modo que vou dizer mesmo antes de você poder imaginar se vai se encontrar comigo para ser amigo ou mesmo inimigo, isto não importa, pois os milhares de pessoas que como você respira inspiram e aspiram muitas dessas vivem e morrem sem saber de como foram os que completaram o número gigante da existência de como você mesmo sem depender mesmo cantando ou sorrindo, se Chorando ou penando como você e mais um de qualquer um do mesmo jeito.

            Não quero com isso enumerar nem um nem outro em nenhum dos encontros. Sim, não sei o porquê, mas sei que sei dizer, pois se sabem que o que dizem quando podem procurar...

            Na verdade se prova com prova e a prova se encontra com a realidade vendo foto grafada e retratada...

            Vê-se que a escuridão dá lugar à claridade quando vem a luz. A prova é como se fosse retrato da imagem do acontecido, isso faz com que alguém possa dizer...

            No encontro um encontro é um ato de um momento de seres diversos.

            Você já deve estar aborrecido, mas no encontro não convencido de que o que está pensando sobre mim não lhe permite compreender a realidade, pois não tem prova que está vendo como o seu pensamento não consegue encontrar provas, por isso eu vou lhe contar o que vi, assisti e retratei cada encontro...

            - Olhe só que coisa linda!

            - É isso é realmente linda!

            Pessoas como você e a mim que passavam por lugares e falavam algo que vinha em suas mentes, até mesmo não tinham consciência do que falavam, falavam por falar , e falavam, falavam...

            - Com licença moça.

            - Mulher burra, fica logo em frente da porta e tem que pedir licença!

            - O que é isso cara, ela está na rua, rua, rua é pública!

            Uns discutiam alguma coisa estranha sobre outros, mas na verdade estes por sua vez eram criticados por outros...

            - Que horas!

            Aquela moça reclamou aflita e logo em poucos minutos sei que eu como observador fiquei atônito que na penumbra daquela luz do poste me fazia ver a maneira delicada das mãos dela que tocavam suavemente nos  cabelos e nos ombros, nas costas e braços daquele operário que ainda trazia consigo no semblante casando a marca de um trabalho sem prazer, mas que lhe permitia viver, não uma vida com satisfação, mas com esperança de pelo menos guardar o direito de poder se encontrar com alguém...

            - Desculpe minha querida - argumentou o homem com certeza sentindo ainda o sabor do beijo daquela fêmea que de certa forma estava ali à espera de nem sei o quê, mas ela sabia, no entanto sem saber o quê eu continuei observando...

            - Vamos amor - relatou a moça sem nem mesmo se importar com o tempo que ela ficou esperando-o.

            E os dois seguiram de mãos dadas pela rua. Vi que se desviam das pessoas de uma forma natural, no entanto, havia momentos que eles tinham de soltar as mãos, pois era grande o número de pessoas que seguiam talvez indo para seus encontros.

            De maneira que como um gado que seguiam para um bebedouro eles ia.   

            Restaurante dos prazeres, esta era a placa que indicava o local que o casal entrou, eu também entrei ali, não era eu um detetive, mas sim um escritor curioso que estava em busca de informações para escrever esta história.

            Já lá dentro me assentei perto do casal, não me importava se eles até mesmo desconfiassem de mim, pois o medo não era o meu problema, eu não tinha nenhum problema, por isso não tinha como ter medo.

            - O que desejam? - indagou educadamente o garçom.

            - Uma cerveja - respondeu o homem dizendo:

            - Você aceita cheque?

            - Seu ou de terceiro? - indagou o garçom.

            - Não, dela - relatou o homem apontado para a moça.

            - Sim, não tem problema - argumentou o garçom.

            Logo que o garçom os atendeu veio em minha direção e deixou uma pasta sobre a minha mesa e se foi. Naquele momento me senti diferenciado. O que seria que estava acontecendo! Algum tempo depois ele voltou e disse:

            - Já escolheu?

            - Sim, um refrigerante.

            Notei o semblante abatido do garçom ao ouvir o meu pedido, e até mesmo sem pensar relatou:

            - Só isso! Um refrigerante!

            - Sim, foi o que a minha mente definiu.

            O garçom não parecia se contentar e me disse:

            - O senhor veio aqui pra tomar um refrigerante!

            Nem quis comentar o que falou o garçom, continuei assim a observar o casal que se perdiam em beijos abraços. Até me fiz imaginar que aqueles beijos estavam substituindo o tira-gosto.

            - Aqui está o seu refrigerante senhor.

            - Obrigado senhor garçom.

            - De nada senhor!

            Fiquei ali tomando aquele refrigerante  me sentindo na verdade muito triste e ao mesmo tempo feliz, pois na verdade eu não tinha nenhum motivo pra estar triste, foi então que pensei, pois sei o que estou fazendo, não vejo razão para me opor a alguma forma de sentimento a não ser de satisfação, se era o meu serviço, se for que posso chamar de serviço.

            De modo que esqueci a tristeza e até me invejei por notar que o casal se beijava e eu ali, sim, sem ninguém, apenas no papel de observador.

            - Olá, está sozinho?

            Levantei os meus tristes olhos e me perdi no encanto de maneira encantado ao visual decente daquela linda mulher que me falava:

            - Sou Marcela...

            - Um grande prazer Marcela, eu sou João Rodrigues, escritor João Rodrigues.

            - O que faz aqui tão só João Rodrigues?

            - Vivo à procura de encontros, quero dizer, estou procurando encontros, e observando cada um deles.

            - Para que e por quê?

            Observem que Marcela veio logo tentando entrar em minha vida de maneira estranha, mas, contudo pode notar que a respondi.

            - Sabe Marcela, é natural que saibamos nos comportar diante de certas coisas.

            - O quê?

            - Sim, Veja que...

            Enquanto eu falava com a linda Marcela pude observar que o que o seu pensamento lia era nada mais do que vagar na vaga imaginação do nada para mim, e que para ela seria muito, não o muito que nos abastece de certeza, mas o muito que nos faz entender algo de novo.

            -  Engraçado, porque está tão preocupado, só por ser um escritor! Acho que não seria o tudo de necessário ficar observando as pessoas.

            - Bem Marcela, sem tem a ver ou não, isso não importa, o que importa é que sou.

            - Sim, desculpe a minha intromissão - relatou Marcela olhando friamente em meus olhos e dizendo:

            - Por que não escreve o meu, ou melhor, o nosso.

            Fiquei um pouco atônito, mas ao mesmo tempo feliz Marcela não era lá de se jogar fora, ela tinha na verdade tudo que uma mulher pode oferecer a um homem.

            - João Rodrigues, porque não esquece o que está fazendo e venha comigo!

            Não quis dizer sim ou não, mas dava para notar facilmente em meu olhar um profundo sentimento de paixão que nascia em mim por aquela linda mulher que saiu do nada e veio parar em minha mesa. De modo que ela disse:

            - Vamos querido...

            Não me aborreci com a palavra querido, pois qualquer homem daria tudo para estar em meu lugar e poder ouvir aqueles lábios corados pronunciando com aquela voz aveludada aquela palavra.

            - Meu trabalho está acima desses pormenores...

            Não sei por que falei aquilo, e logo ela retrucou:

            - Pormenores! Não posso concordar com isso...

            Sei que o que ela estava sentindo era nada mais do que uma dor pesarosa, pois tudo indicava que o que ela sentia por mim era o verdadeiro amor, porque me disse:

            - Você não deve ter sentido a dor do amor!

            Fiquei por algum tempo esperando vir em minha mente alguma palavra que pudesse ser indicada para a resposta e disse:

            - Bem senhorita acha na verdade isso tudo uma coisa muito sublime para ser interpretada de maneira muito superficial.

            - Mas como superficial, não se vê que sou uma fêmea que a primeira vista se sentiu de maneira invejável o amor por você, observe as pessoas como nos vêem.

             Olhei para aquelas pessoas e pude notar que de maneira incontestável que algo muito grande estava acontecendo ali, e esse algo só podia ser o inigualável amor. Foi que falei comigo mesmo, será que o amor chegou verdadeiramente em seu coração João Rodrigues...

            De modo que comecei sentir algo diferente, algo que parecia andar pelo meu corpo através das minhas veias. Ah! Quanta felicidade , fiquei mesmo muito feliz, sei que me atirei nos braços de Marcela e percebi que muitos que nos observavam e pareciam festejar o meu primeiro encontro. Sei que como se fosse uma retrospectiva vi um filme da minha vida me mostrando todas as mulheres que conheci, e no emaranhado do passado a minha mente tentava comparar os amores vivo dos mas nenhum deles foi tão forte quanto o que estava me acontecendo.

            - Quero te amar...

            Foi o que falei quase cego de amor.

            - Sim, querido, afinal nem sei o motivo de estar aqui, só mesmo o amor para ter me conduzido a este momento que tanto sonhei.

            Quando Marcela disse que não sabia o motivo de estar ali os meus sentidos voltaram a realidade e eu falei:

            - De onde é você?

            Com aqueles lindos olhos de paixão fixos aos meus e vi os seus lábios corados

Mansamente dizerem:

            - Esqueça amor, vamos...

            Nem sei pra onde foi o casal que eu seguia, o certo é que eu sai andando com Marcela parecendo que estávamos flutuando pela rua por sobre as asas do amor, se for que amor tem asas, sei lá, eu estava mesmo muito feliz com tudo aquilo, era como se fosse uma névoa que era assoprada pelo vento do destino, e que destino...

            - Como te quero!

            - Eu também minha Marcela...

            Sei que encontrei naquela mulher algo muito importante para mim, nem mesmo posso salientar o que seria esse importante, pois de tamanha felicidade eu até disse tudo isso para ela.

            - Tudo bem meu amor, já que é assim eu posso afirmar que sou a mulher mais feliz desse mundo.

            E como uma cristalina gota de água era a lágrima que descia dos seus lindos i incomparáveis olhos. De modo que sem entender eu perguntei:

            - Por que está chorando querida?

            - Como? Não posso chorar! Será que não posso manifestar os meus sentimentos com as minhas lágrimas! Deixe-me chorar...

            Deixei que ela chorasse, pois até mesmo eu queria chorar, pois aquele foi o meu encontro que marcou toda a minha vida. E sempre que podia eu e ela voltávamos naquele restaurante, e sempre que estávamos ali não tinha como se esquecer do nosso encontro, até olhávamos pra mesa onde estava o casal que eu seguia naquele maravilhoso dia, mas nunca encontramos com eles, até imaginávamos que fossem um casal de anjos que veio a terra para nos unir, não tínhamos certeza, mas se fossem mesmo o que imaginamos é que estão por ai produzindo outros encontros maravilhosos...

 

            Fim

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