sábado, 29 de abril de 2023

O Pescador João Rodrigues

 O PESCADOR

 

JOÃO RODRIGUES

 

            A noite estava com céu claro, pois a linda lua fazia o seu belo espetáculo nas margens do Rio Carinhanha.

            Lá na imaginaria casa de Juninho depois de uma linda história que sua querida mamãe contou, ele dormiu.

            E como era lindo o querido filho que dormia, até parecia uma magia, mal respirava e a sua mamãe se levantou dando um beijo em sua face dizendo:

            - Durma com deus querido.

            E Juninho dormiu. Logo sonhou que estava em sua mágica nave sobrevoando lentamente sobre as águas do rio.

            - Quero ver onde tem pescadores pra eu poder avisar aos peixes.

            Juninho falava consigo na sua caçada contra os pescadores que ia matar os pobres peixinhos. E logo ali numa curva do rio...

            - Um pescador! Vou avisar aos peixes!

            A sua nave mágica penetrou nas profundezas da água e Juninho acionou o SOS e os cardumes de peixes vieram até ele.

            - Amigos. Têm um pescador que está querendo matar vocês. Fujam por aqui.

            Juninho levou os cardumes de peixes pra bem distante dali e disse:

            - Fiquem aqui que vou mandar o pescador ir embora.

            Os peixes ficaram em segurança e Juninho se foi. O Pescador segurava a linha, na esperança de que algum inocente peixe viesse preso ao anzol. Juninho lá no fundo do rio lançou a mão mecânica de sua nave e cortou a linha.

            No impacto o valente pescador ao sentir que algo tinha cortado a linha disse:

            - Diabo, quem será que fez isso!

            Naquele momento Juninho surgiu sobre as águas do rio dizendo:

            - Está falando sozinho amigo?

            Quando o homem o viu na penumbra do luar, sacou de sua arma e atirou em Juninho, porém não adiantou, pois os vidros à prova de bala não deixaram que nada acontecesse ao guerreiro que disse:

            - Tenha calma amigo, eu só vim defender os peixes, não quero que eles sejam extintos.

            O homem morrendo de medo falou:

            - Quem é você, que nem bala te atinge?

            - Sou Juninho, o fiel amigo da natureza, amo os peixes e as aves, os animais de um modo geral e amo também os homens que não matam os meus amigos que vivem naturalmente.

            - Mas eu não sou nenhum matador - argumentou o pescador.

            - Há não, e porque atirou em mim?

            - Você me assustou com esta coisa.

            - Não seu pescador, você tem o espírito de grandeza, gosta de matar os bichinhos, você é covarde.

            - Não, eu pesco pra comer, pesco pra matar a minha fome.

            - E tem que matar a sua fome logo com eles?

            - Sim, todos fazem assim.

            - Não fazem só os ignorantes fazem, mas os inteligentes criam os seus animais domésticos, criam pêra se alimentar.

            Juninho falava e o homem como uma serpente preparou uma dinamite e jogou-a em sua nave.

            Na explosão da dinamite o fogo fez um clarão e Juninho viu o semblante assassino do homem.

            Minutos depois que o eco da explosão ainda percorria as margens do rio, Juninho surgiu novamente e disse:

            - Está vendo quanto mau é o senhor? Queria me matar. Gostaria que o meu pai passasse agora em sua casa e matasse o seu filho? Seu cara de retardado. Vou lhe dar uma lição.

            Juninho tocou a sua sirene e em poucos minutos grandes cardumes de peixes chegavam das profundezas das águas. E depois de todos ali, Juninho falou:Quero que vocês dêem uma lição nele amigos?

            E, a grande quantidade de peixe pulou dentro do barco do maldito pescador levando-o ao naufrágio.

            - Socorro, socorro - gritava aflito aquele homem.

            - Tirem a roupa dele - ordenou Juninho.

            Logo os peixes deixaram o homem nu. Juninho chegou até ele e lançou-lhe a mão mecânica da nave e o levou para margem do rio dizendo:

            - Eu tenho amigos, não preciso de dinamites para acabar com um pescador idiota quanto você! Mas não vou te matar, só quero fazer um trato.

            - Que trato seu demônio das águas.

            - Juninho amigo, é o meu nome.

            - Sim Juninho, o que quer que eu faça?

            - Primeiro uma promessa.

            - Que promessa?

            - De nunca mais vir ao rio matar os peixes.

            - Isso eu não posso.

            - Por que o Senhor não pode?

            - Não é da sua conta.

            Quando o homem se viu em terra firme partiu pra cima de Juninho, porém ao tocar em sua nave.

            - Ai!

            E caiu estrebuchando no chão de dor.  - Esqueci de te falar seu idiota, que minha nave não pode ser tocada.

            O homem desesperado gritou:

            - Quem é você menino do inferno? Quem é você?

            Juninho não respondeu ao homem e furioso mandou a sua nave amarrar as mãos dele e saiu arrastando-o sobre as águas do rio, e de vez em quando dava uma mergulhada, fazendo o pobre coitado beber um pouco de água.

            - Solte-me seu desgraçado!

            Depois que Juninho deu um bom castigo no pescador, o trouxe de volta a terra e o soltou.

            - Agora descanse um pouco que vamos conversar como gente civilizada seu pilantra.

            - Eu não sou nenhum pilantra, eu sou Gusmão.

            - Está bem seu Gusmão, vamos conversar.

            E Juninho ligou o dispositivo nuclear de sua nave fazendo aquecer o seu Gusmão dizendo:

            - Seu Gusmão, o que quero do senhor é muita honestidade.

            - Está bem Juninho, o que quiser que eu faça eu farei, poupe a minha vida, eu tenho filhos pra criar.

            - Nada vai lhe acontecer seu Gusmão, eu sei que não devemos matar ninguém, somos todos irmãos, somos amigos.

            Juninho deu sinal aos peixes que trouxeram o barco de seu Gusmão e quando o homem viu o seu barco sair de dentro das águas do rio falou:

            - Um milagre, isto é um milagre Juninho, você é do outro mundo, você é do outro mundo.

            Além dos peixes trazerem o bardo de volta, trouxeram tudo que tinha dentro dele até mesmo os peixes que o seu Gusmão já tinha matado.

            - Obrigado Juninho, muito obrigado.

            - Calma seu Gusmão, ainda não disse o que quero do senhor.

Seu Gusmão ajoelhou-se e disse:

            - Diz o que quer Mestre, pode dizer.

            - Levante seu Gusmão, eu não sou um Mestre, eu sou Juninho, se ficar com estas macaquices, vamos dar outra voltinha nas águas do rio.

            - Não seu Juninho!

            - Seu Juninho não seu Gusmão, eu sou apenas um menino.

            Está bem Juninho, o que quer que eu faça?

            Assim Juninho falou:

            - A partir de hoje seu Gusmão, amigo Gusmão, o senhor nunca mais ira matar os peixes.

            - Nunca irei matar os peixes.

            - Deixe-me falar!      - Sim Juninho, pode falar.

            - Acompanhe o que vou dizer que isso é um juramento.

            - Pode falar Juninho, isso é um juramento.

            De modo que Juninho falou:

            - Eu Gusmão.

            - Eu Gusmão.

            - Amigo dos peixes, e de todos os animais.

            - Prometo ser o defensor de todas estas espécies.

            De modo que Juninho fez o seu Gusmão jurar que além de ser o defensor, iria andar por toda parte do rio fazendo com que outros pescadores abandonassem esse costume de maldade.

            E quando estava tudo acertado, o dia já estava amanhecendo, assim Juninho se despediu do Seu Gusmão e se foi voando sobre as águas do rio Carinhanha, enquanto felizes os peixes pulavam sobre a correnteza das águas.

            E lá naquele lindo rio não se pode pescar, pois se for cometer tal crime será rigorosamente repreendido pelo seu Gusmão, o amigo dos peixes e de todos os que não maltratam os animais.

            Juninho por sua vez, deve estar em outro sonho salvando outros seres que se sentem ameaçados.

FIM

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