terça-feira, 2 de maio de 2023

Ana João Rodrigues

1915
Dia lindo, eu sei
Foi quando nasci
Pois lá estava
Sei quão lindo foi
Quando puderam falar
O nome que ia ficar
Inundando corações
Com alegria e amor
Dia lindo, eu sei...

Oito de Janeiro
Foi a data escolhida
Pra começar uma vida
Num mundo de alegrias
Carregando um coração
Repleto de amor
Dia lindo, eu sei...

Eram poucos convidados
Para assistir minha chegada
Começo da minha jornada
Dia lindo, eu sei..

João Rodrigues

1916
Uns já festejavam 
Com aquela inda menina 
Que trouxe consigo a sim 
De paz e alegria 
Mesmo na ventania 
De incertezas constantes 
Por entre terras distantes 
Seu sorriso ira abrandar 
As mentes e corações 
Que estivessem a sofrer 
No mundo a padecer 
Pela falta da razão.

Linda menina, linda 
Muitos vinham me conhecer 
Pareciam irem encher 
De paz o seu cantil 
Derramando sem funil 
De abundância sem fim 
Depois seguiam o caminho 
Levando em seus corações 
Linda menina, Linda...

João Rodrigues

1917
Vidas perdidas nas águas
Pelo ódio e o destino
Nem ouviu o som do sino
Emudecido nas águas,

Vidas interrompidas nas águas 
Nem deu para avisar 
Alguém que um dia amou 
Se afogou lá nas águas,

Vidas jogadas nas águas 
De um mar tenebroso 
Na batalha sem trégua 
Se findado nas águas,

Vidas sem esperança 
De saber que acabou 
O seu sonho de amor 
Mergulhado nas águas,

Vida que continua 
Há dois anos no sertão 
Num coração inocente 
Menina ali, Sorridente.

João Rodrigues

1918
Foi a primeira vez 
Que fugi do Coronel 
Com três anos de idade 
Eu conheci a maldade,

Escondemos lá no mato 
Fugindo do Coronel 
Que matava cada um 
Era grande a sua maldade,

Depois de alguns dias 
Fugindo do Coronel 
Fomos para outro lugar 
Nos esconder da maldade,

Ali ficamos um tempo 
Fugindo do Coronel 
Não voltamos para casa 
Consumida pela maldade,

Nesses dias de aflição 
Fugindo do Coronel 
Fui viver com meu avô 
Assim perdi para maldade,

João Rodrigues

1919
O sol escureceu 
Quando a guerra acabou 
Porém a mundial 
Mas no Sertão continuou.

Não parecia ter fim 
A tal guerra do Coronel 
Até a morte do meu pai 
Dura amarga e cruel,

Queimaram a sua casa 
Com tudo que ele vendia 
Os jagunços do Coronel 
De nada eles temiam,

Contudo naquele terror 
Eu assim ia vivendo 
No meio de tanto horror 
Meus quatro anos chegaram,

Na casa dos meus avós 
Foi aonde fui viver 
Aliviando o sofrer 
Da guerra do Coronel,

João Rodrigues

1920
O mundo festejava 
Com grandes competições 
Uns levantavam das cinzas 
Deixadas pelos canhões,

Viúvas ainda esperavam 
A um regresso sem fim 
Do seu amor que não vinha 
Pelas curvas do caminho,

Seus tristes olhares perdidos 
No coração a esperança 
Outros guardavam no peito 
A triste dor da vingança,

Eu ainda pequena
Mas tenho lembranças perdidas 
Em poucos quadros visíveis 
Que me acompanha na vida,

Uma dor que nunca apaga 
Como uma chama infernal 
A dor triste da guerra 
No coração vive o mal,

João Rodrigues

1921
De um lado eu penso 
Se é do mesmo jeito 
Mas nem sei que jeito 
Nem sei o jeito deste 
Como será o outro lado 
Será do jeito que não sei,

Tudo tem outro lado 
Lado de baixo e de cima 
Lado da frente e de trás 
Lado direito e esquerdo 
Tudo tem lado 
Até o lado tem lado,

A vida também tem lado 
A morte o lado tem
A paz reserva o seu lado
A guerra destrói o seu lado
A ilusão é um lado
Que o homem sempre viveu,

Tem o lado da fantasia 
E o lado da realidade,

João Rodrigues

1922
A água descia 
Rumo ao mar sem saber 
O que lá acontecer 
Porém mesmo a correr 
A pobre água descia,

Na montanha do destino 
Ouvia o som do sofrimento 
Da água o seu tormento 
De não poder ficar,

Pois ela descia 
Num som chocante de dor 
Se transformando em vapor,

Coitada ela descia 
Rumo ao caminho sem voltar 
Seguindo as trilhas tortas,

E ela desceu 
Deixando a montanha a chorar 
Na esperança de um dia 
A pobre água voltar,

João Rodrigues

1923
Vejo luzes no horizonte 
Coloridas e brilhantes 
Apontando o meu destino,
Não tenho como seguir 
Cada luz que brilhar 
No horizonte sem fim,

Sinto vontade 
Mas tenho que esperar 
Na hora certa,

Sem dúvida
Posso confiar em fim 
Na minha estrela,

Sou uma estrela 
Brilhando no céu de alguém
Contudo não sei de quem,

E quem será
Na hora certa
Essa estrela vai brilhar,

João Rodrigues

1024
Alas falam de tudo 
Falam do bem e do mal 
Todos falam, como falam,

Falam de suas tristezas 
Falam no tom da beleza 
Num tom chocante de pesar 
Assim falam e falam 
Falam de Deus e do outro 
E como falam e falam,

Falam também de mim 
Falam do que não falei 
Se não falo eles falam 
Prefiro não falar o que falam 
Pois ouço assim falarem 
Falam do que até falo,

E não importa o que falam 
Pois não sabem o que falam 
E não param de falar,

João Rodrigues

1925
Eu quero se é que posso 
Quero dizer a você 
Que viva decentemente 
Ou viva como puder 
Porém com honestidade 
Eu quero se é que posso,

Quero deixar pra você 
Uma mensagem importante 
Respeite a si mesmo 
Ensine o seu semelhante 
Não se esqueça de levar 
Um sorriso aonde for,

Respeite pra ser respeitado 
Seja amigo do irmão 
Não engane a ser enganado 
Seja sempre positivo 
Fale o que sentir na hora 
Não deixe nada passar,

Ame mesmo odiado 
Prometa o que puder 
Não jogue o que tem fora,

João Rodrigues

1926
Nas profundezas do sonho 
No abismo da mentira 
No inocente olhar 
De uma pobre criancinha 
Esta o significado 
Do estranho da vida

A criança parece saber 
Da verdade e da razão 
Mas não sabe falar 
Para assim avisar 
Ela chora o quebranto 
Pelo estranho da vida,

Noite escura de céu nublado 
Dá vida ao lampião 
Sua tocha se perde ao longe 
No estranho da escuridão 
Assim é o nosso viver 
No estranho da razão,

Entre o amor de dois seres 
Que se conhecem no olhar 
Que veio o romance perfeito,

João Rodrigues

1927
Onde estou agora 
Que lugar imundo é este 
Que ninguém respeita ninguém 
Onde estou
É que não sei por quê 
Que aqui estou,

Eu sou gente 
Isso é que é ser gente 
O que é gente 
É isto que vejo 
Por que vim parar aqui 
Por que aqui estou,

Dizem que estou vivendo 
Será verdade que vivo 
Isto é vida 
Roubando matando roendo 
Aqui estou morrendo,

Não estou feliz sofrendo
Será que não foi engano 
Que me mandaram pra cá 
Será que fui extraviado,

João Rodrigues

1928
Não tenho palavras 
Não tenho nada a dizer 
Não tenho com que comparar 
O seu significado 
Diante do que mostrou 
No seu cansado viver,

Reconheço o seu valor 
Digna do meu respeito 
Por ter tolerado a dor 
Explodindo no seu peito 
Vivendo a sua pobreza 
Como se fosse nobreza,

Pois nas horas difíceis 
Nunca escondeu o sorriso 
Que consumia as lágrimas 
Tristes do seu olhar 
Seguindo a sua estrada 
Sem saber aonde ia chegar,

Pois de passo em passo 
E cada pegada no chão 
Na vida de ilusão,

João Rodrigues

1929
Ser poeta é ser um ser 
Que abraça a existência 
Que vive sua presença 
Em cada momento da vida 
Procurando retratar 
A esperança perdida,

Ser poeta é ser amigo 
Mesmo do inimigo 
Demonstrando seu valor 
Mostrando que nossa vida 
É somente poesia 
De um poeta Senhor,

Ser poeta é ser mais um 
Do lado de qualquer um 
Procurando alegrar 
Transformando em poemas 
Os pedaços de dilemas 
Que vivem a atormentar,

Ser poeta é ser senhor 
Parceiro do Criador 
Levando ensinamentos,

João Rodrigues

1930
No balanço eu me balanço 
Nesta vida a balançar 
Vivo no balanço do balaço 
Não me canso do balanço 
Eu balanço e balanço 
Neste balanço, balanço,

Deito com o meu balanço 
Levanto do meu balanço 
Ando com o meu balanço 
Repouso no meu balanço 
Se canso com meu balanço 
Sento no meu balanço,

Falam do meu balanço 
Eu gosto do meu balanço 
Desprezam o meu balanço 
Adoro o meu balanço 
Pois vivo do meu balanço 
Assim balanço e balanço,

Querem o meu balanço 
Eu de ódio me balanço 
Não perco o meu balanço,

1931
Alegre e contente Cheia de fantasia
Ela não se cansa de falar 
São tantas as suas ideias 
Para realizarem Até esquece da vida,

Mais forte do que eu 
Às vezes perde a razão 
Pois eu só penso no nada 
Ela é otimista 
Corajosa e inteligente 
Jogando qualquer partida,

Eu que sou um poeta 
Que só penso em fantasia 
Gosto de adolescente 
De uma forma qualquer 
Pois poesia é amor 
O que pra mim é diferente,

Ela sabe dividir 
O amor da poesia 
Sabe encontrar a verdade

1932
O tal casamento 
Contrato entre homens 
Só para estabelecer 
O rumo da geração,
Instituição dos homens

Usando o nome de Deus
Num formato de respeito,
Só entre o macho e a fêmea
Sendo marido e mulher
Um feito genial
Para cultivar a fé,

Contudo o bem e o mal 
Dele aproveitou 
Já se casam entre si 
Usando o nome de Deus,

O alicerce da família 
Virou combina sem fim 
Muitas vezes bem distante 
Usando o nome de Deus,

João Rodrigues


1933
O que faz sentir Conceito de gratidão 
Uma do meu ventre Repleta de emoção,
Minha linda menina 
Cresceu junto de mim 
Repleta de emoção,

Moça bonita 
Quando te vi casar 
Repleta de emoção,

Mãe de muitos 
Netos que me honram 
Repletos de emoção,

Vovó de alguns netos 
Que até me faz chorar 
Repleta de emoção,
Que bom Ter a honra de te ter,

João Rodrigues

1934
Pois é assim
Mas uma dose de amor
Quanto te ame
De ter mais uma alegria 
Confiada nesse dia 
Ao ver e ouvir chorar.

Corpo pequeno
Cabia em minha mão
Logo estava no chão 
Com sua irmã a brincar,

Como era bom
Nem precisava correr 
O tempo lá decidir 
O que lá acontecer,

E ele me dava
Forças pra suportar 
A labuta do destino 
De ver aonde chegar,

João Rodrigues

1935
E sempre assim 
Todos vivem do nem.
Nem sei quantos dias foram 
Nem prestei atenção 
Nem vi a noite passar 
Nem tomei decisão 
Nem gosto de recordar 
Nem controlo minha emoção,

De tantos nem que existem 
Nem sei o que sou 
Se ao menos não sei o quê 
Só sei que não sei o quê 
Quem me deixa sem saber,

Pois nem sei o que seria
Nem sei o que respondo 
Quando alguém perguntar 
Nem sei se vai me ouvir,

João Rodrigues

1936
Pois eu posso afirmar 
Alo multo especial 
Só quem teve pra saber 
É grande a emoção 
Não só da mãe e do pai 
Que fica um pouco perdido 
Ao ver o seu semelhante 
Parado em sua frente 
Sabendo que veio de ti 
Não sabe se sorrir ou chorar 
Parece estarrecido
Até perdendo os sentidos 
De como se comportar,

Foi maravilhoso
Assistir a tal momento
Parecia num mundo sem vento 
Tudo estava parado
Os olhos de cada um
Fitavam num mundo inocente
Que dava para se ver
Perdido em suas mentes,

João Rodrigues

1937
Tanta gente perdida 
Procurando um destine 
Uns seguem o som de sino 
Ou a voz de pregador 
Outros surdos para tudo 
Vivem momentos mudas 
Somente a esperar 
O que nunca vai chegar,

Ou será que me enganam 
Tentando me convencer 
Que estão a saber 
O que vai acontecer,

Como saber
Se não sei o que não sei 
Ou então será que sei,

Mas o que sei
Será melhor não saber 
Pois assim não vai sofrer 
O meu pobre coração 
Perdido na confusão,

João Rodrigues

1938
Agora eu sei
Não é igual primeiro
É Algo bem confortante
Mas não chega ser vibrante,

Não vou dizer ao contrário
É grande a emoção
Ao ver o seu irmão
Com o pai querer dizer,

Já estamos aqui amigo 
Venha ver o seu abrigo 
Como é aconchegante,

Tudo é maravilhoso 
Você poder compartilhar 
Ver aquelas coisas lindas 
Buscando o seu lugar 
Todos inocentes e amigos 
Sem ganancia e confusão,

Sei que é o bastante 
Para um ser pecador,

João Rodrigues

1939
Se encontrar alguém perdido 
Mostre-lhe o caminho 
Mas não vá com esse alguém 
Porque você tem o seu,

Se encontrar alguém triste
Procure se alegrar
Pode chegar a sua vez,

Se encontrar alguém contente 
Fique no seu lugar 
Pois só se alegra consigo,

A alegria dos outros 
É um abismo sem fim,

A tristeza dos outros 
É um ensinamento,

A verdade é uma só 
Somente a sua 
Seguindo os caminhos 
Em direção a Deus,

João Rodrigues

1940
Falar da vida
As vezes é confortante 
Falar na vida 
Já acho constrangedor 
Falar de alguém
É humilhante
Falar de certa forma
É muito perigoso,

Se desejar falar 
Fale de feitos 
Não dos malfeitos 
Só dos feitos 
Feitos compensadores,

Nunca fale de tristezas 
Ela não merece conceito 
Arranque assim do peito 
Fale das suas conquistas 
Porém sem exaltação,

Fale de tudo de bom 
Que vai acontecer,

João Rodrigues

1941
A guerra era mundial
Mas ela foi uma lembrança 
Veio e logo e se foi
Deixando ensinamento 
De que muitos não são presentes 
E sim formas de vidas 
Que não são para ficar
Não merecem sofrimento 
Não merecem felicidade
Não merecem nada da terra
Não merecem compartilhar
Ela foi um grande susto 
Foi a primeira vez que vi 
Um ser chegar e partir 
Assim tão de repente,

Fiquei triste, sim 
Sentindo culpa por tudo 
Chorei a minha perda 
Mesmo sem entender,

João Rodrigues

1942
Esta foi diferente
Lhe dei o mesmo nome 
Da que tinha partido 
Parecia agradecer a Deus 
Pelo fato acontecido
Mas não era a mesma coisa 
Seu sorriso bem diferente 
Seu calor era mais forte 
Que pulsava em meu peito,

Foi muito bom 
Muito bom para mim 
Melhorou o caminho 
Que eu tinha pra seguir,

Hoje eu sei 
Mesmo sem entender 
Que Deus é soberano 
No que pretende fazer,

Não manda recado,

João Rodrigues

1943
Som de guerra em minha mente,
Contesto nesse tempo 
Foi duro em assistir 
Cenas de guerra em meu olhar,

Contesto nesse tempo 
Até o tempo parou 
Noticias de guerra chagavam,

Contesto nesse tempo 
Peço para não voltar 
Novas guerras em meu tempo.

Contesto todo tempo 
Pra não acontecer 
O que nesse tempo se deu,

Contesto meu Deus contesto 
O Senhor pode mudar 
Sem guerras eu te peço,

João Rodrigues

1944
Se na terra ou nos céus 
Esse pacto feliz 
Que nada que nos diz 
Compreendemos a viver,

30 nos resta contemplar 
E em nada reclamar 
Pois vem chegando assim 
Pra te fazer feliz,

É muito bom 
Criar os inocentes 
Duro é esperar crescer 
Devido o longo tempo,

Contudo você aprende 
Para poder ensinar 
Aqueles que vai criar,

João Rodrigues

1945
Sabemos na verdade 
Que já é parte de tudo 
Ver cada um chegar 
E os que aqui estão 
Ficam felizes em ver 
Mais um irmão nascer

Quanto ao pai
Nota em seu semblante 
À vezes arrogante 
Dominando o seu terreiro 
Mas continua lutando 
Para manter o seu legado
Muitas vezes já cansado
O filho chora
E ele o acalenta
Na paciência eterna 
De um bom cidadão 
O seu pedaço de chão,

Pois só pra esse ser
Deus concede a ele
É assim, sim,

João Rodrigues

1946
É sempre maravilhoso 
Uma estrela brilhante 
Estava em seu semblante 
Como seu nome seria,

Por entre as outras existentes 
Ela estava presente 
Sempre para alegrar 
Quem estivesse triste 
Começavam a sorrir 
Ao ver ela chegar,

Nunca consegui entender 
Como é tão diferente 
No meio de tanta gente 
No infinito dos céus 
Ela sempre persistindo,

Ela podia brilhar 
Parecendo a luz do sol
Grande menina 
Com sua sina traçada 
De ser usada por Deus,

João Rodrigues

1947
Quanta labuta
De ouvir gritos
De responder tantas perguntas
De ser desejada 
De ser duvida e certeza
De ser a única esperança 
De carregar a lembrança
De quem em mim confiou,

Quanta batalha
De abraçar cada um Quando cair no chão
Quanto cansaço Quanta luta pelo pão.

Quanta alegria
Vendo tudo seguindo 
Uns chegando
Outros indo
Sem nada poder fazer,

Só esperar, sim 
Para ver acontecer,

João Rodrigues

1948
Eu não compreendi 
Com um nome diferente.
Só para homenagear 
Alguém que esteve entre a gente 
Deixando sua beleza 
Perdida em muitas mentes,

Contudo logo se foi
Não sei se é certo 
Fazer este tipo de coisa 
Dar um nome a alguém 
Que um dia existiu 
Porém se não soubesse 
Poderia até dar certo,

Sinto saudades 
Mas não tenho como voltar 
Erguer aos mãos pro alto 
E pedir ao Senhor,

Pedir perdão pelos meus erros 
Da minha incompetência 
Ou por alguém que errou,

João Rodrigues

1049
Foi sempre assim 
Repleta de compaixão 
Ovelha mansa 
Num rebanho de emoção,

Só alegria

Nunca foi de reclamar 
Sempre perto de mim 
Cuidando dos meus desejos,

Uma eterna caçula 
Que faz compreender 
Porque cada um segue 
O seu destino a sofrer,

Mas é assim 
Todos com a missão 
De assim levar o pão,

Vão lutar nos seus destinos 
Defendendo os seus direitos 
Enquanto sofre no peito 
O seu pobre coração,

João Rodrigues

1950
Nada está completo 
É sempre bom contemplar 
Já que a emoção 
Não para de crescer 
Ao ver mais um chegar,

É muito gratificante 
Ver os outros sorrindo 
Uns já sabendo falar 
Tecem seus comentários 
Formando a língua eterna 
Do viver com seu irmão,

Ali dá pra perceber 
As diferenças contidas 
Onde uns defendem 
Seu canto e sua comida,

Até lutam uns com os outros 
Defendendo o seu direito 
Mesmo na inocência 
Tem qualidades e defeitos,

Mas é bom ter mais um,

João Rodrigues

1951
Quando alguém te ama 
Tudo é diferente 
Você luta para ver 
Este amor prosperar 
Mas fica tudo diferente 
Quando perto de você 
Do nada parece ser 
O seu fim,

É duro pra entender 
Você ver esse alguém 
Se definhando aos poucos 
Sem nada poder fazer,

Ali está em sua frente 
O ser que te amou 
No seu rosto o pavor 
Aterrissa sem piedade 
Inundando os sentimentos 
Em momentos de tormentos 
Sem nada pra ser feito,

É muito sem jeito,

João Rodrigues

1952
Não consegui entender 
Era pequena o singela 
Vi o quanto era bola 
Sei que está agora 
Perdida em minha janela,

Minha janela do tempo 
Que eu não pude fechar 
Meus olhos pro seu sorriso 
Quando foi para o viver 
Na escuridão do ser 
Que nem sei aonde está,

Sinto falta
De mais uma companhia 
Que durou poucos dias 
Mas muito me alegrou,

Adeus amor
Um dia quem sabe verei
Em outro lugar não sei 
Onde irei te encontrar,

Se existe pra falar,

João Rodrigues

1953
Como foi a história 
Não parecia vingar 
Chegou fora do tempo 
Pequeno sem esperança 
Nos seus olhos sombrios 
Não dava pra confiar 
Pareciam estar fechados 
Não paravam de chorar,

Era estranho em ver 
Aquele ser sem sentido 
Não era compreendido 
Se ia sobreviver,

Seu choro era constante 
Não parecia estancar 
Era um choro sem dor 
E não tinha sentimento,

Até hoje não entendo 
Porque ele veio assim 
Talvez me dar um recado 
Que ainda não sei,

João Rodrigues

1954
Canto a minha vitória 
Entre a batalha sem fim 
Ergo a minha taça 
Alegre ao meu formato 
De compreender o meu trato 
De algum trato que fiz.

Não sei se foi o que eu quis 
Sei que foi misterioso 
Ver o futuro chegar 
Como uma fera voraz 
Tentando me devorar,

Veio no furor do vento 
No amor e na paixão 
Na conquista dos meus bens 
Em cada pedaço de chão,

Foi assim que se deu 
Chorava sempre ao cair 
Sorria ao me reerguer 
Sem nada compreender,

Pois é assim que é,

João Rodrigues

1955
Deus avisa a gente 
Mesmo com o último presente 
Pois Ele me confiou 
Para cuidar de mim 
Quando chegasse a minha dor,

Sou feliz por todos 
Por todos tenho respeito 
Pois Deus faz cada um 
Com qualidade e perfeito 
Trazendo em seus corações 
A sua ordem infinita,

Uns nascem para uma causa 
Outro para uma razão 
Uns até nascem sem sentido 
Uns são simples e contentes 
Outros porém são orgulhosos,

Outros bem misteriosos
Desses poucos que eu tive 
Todos parecem iguais 
Sim, são iguais a mim,

João Rodrigues


1956
Minha inesquecível roça 
Como foi gratificante 
Ver o milho crescer 
Com aqueles pés gigantes 
Enroscados pelas ramas 
Do feijão catador 
Com flores coloridas 
Parecendo um jardim 
Mangangás sobrevoando 
Fazendo o seu papel 
Por ordem da natureza 
Tornando aquela beleza 
A minha alimentação,

Não tem nem palavras 
Para poder comparar 
A alegria que dá 
Ao andar por entre as folhas 
Com o orvalho caindo 
E colher a melancia 
Com cores vivas do dia 
Parecia a companhia 
Do verdadeiro Senhor,

João Rodrigues

1957
Pude ver
Pude ter
Pude compartilhar,

Pude vender
Pude comprar
Pude doar,

Pude emprestar 
Pude esquecer 
Até quem me fez mal,

Pude muitas coisas 
Pude contar vitórias 
Fiz a minha história,

Andei feliz
Por entre estranhos 
Ganhei fama,

Agora sei
O quão foi bom 
Ainda agora,

João Rodrigues

1958
Quando assim um dia 
Eu já não estiver 
Nesta terra pra falar 
Algo a meu respeito 
Não quero ninguém sofrendo 
Por um motivo sequer,

Se por acaso a saudade 
Tocar em seu coração 
Cante as suas alegrias 
Dos momentos que tivemos 
Não quero ninguém sofrendo 
Por um motivo sequer,

Ao ver o meu retrato 
Estampado em sua mente 
Olhe firme em meus olhos 
Estarei sempre te olhando 
Não quero ninguém sofrendo 
Por um motivo sequer,

Nem eu quero sofrer 
Por um motivo sequer,

João Rodrigues

1959
Tudo é vago 
Nada é preenchido 
Tudo é oco 
Até o sonho,

Hoje eu sei 
Onde errei 
Ou acertei,

Já não tem jeito 
De consertar,

Mesmo que eu tenha 
Alguma chance 
Nada é seria igual,

Nem no destino 
Nem na sorte 
Há compreensão,

É tudo sem razão 
Uma vida incerta 
Só se sabe do certo 
No certo momento,

João Rodrigues

1960
Relâmpagos partem os céus 
Lá nos confins do sertão 
Faz chorar de alegria 
O homem pelo seu pão,

Nuvens grossas e escuras 
Invadem o pequeno lugar 
Faz chorar de alegria 
O homem pelo seu pão,

O gado fica parado 
Esperando a água cair 
Faz chorar de alegria 
O homem pelo seu pão,

A terra está molhada 
Foi milagre do Senhor 
Faz chorar de alegria 
O homem pelo seu pão,

Pois a vida continua 
Fazendo chorar de alegria 
O homem pelo seu pão,

João Rodrigues


1961
Cantei com ela 
Quando me encantei 
Tudo era encanto 
Com ela ali do meu canto 
Quanto cantei,

Ainda canto por ela 
Quando ela desencantou 
Vejo os seus retratos 
Como se estivesse cantando,

Ai eu canto
Mas num tom desconcertado 
Talvez pelo meu estado 
De não poder ter 
Sempre ali do meu lado,

Quem comigo cantava
Está cantando
Ou quer ouvir o meu canto 
Agora banhado em pranto 
Comigo aqui no meu canto,

Por alguém que cantou

João Rodrigues

1962
Uma lembrança que tenho 
De quando eu era criança 
Seguia pelo sertão 
Numa estrada de chão 
Meus pés descalços sentiam 
Uma grande vibração,

Perecia que lá em baixo 
Alguém queria falar 
Algo de muita importância 
Mas não dava pra escutar,

Depois eu fui embora 
Mas não esqueço o sertão 
Ele está em minha história 
Meus pés descalços no chão,

Sinto saudades de lá 
Do caminho que andei 
Dos meus pés descalços ouvindo 
O que eu não escutei,

João Rodrigues


 1963
Tudo dá certo
Só quando se faz o certo 
Mas o que é certo 
Se nem sabem o conceito,

Tudo dá certo
Quando foge do errado 
Ficando longe do pecado 
Quando sabe o conceito,

Tudo dá certo 
Andando pela razão 
Fugindo das armadilhas 
Ao praticar o conceito,

Tudo dá certo
Se seguir o Senhor 
Suas leis e mandamentos 
Obedecendo o conceito,

Tudo dá certo,
Tendo o Senhor como certo 
Sem filosofia e conceito,

João Rodrigues

1964
Tens chorado 
Ou só vives a cantar,

Tens lutado
Ou só vives a reclamar,

Tens doado 
Ou só vives a pedir,
Tens feito algo 
Ou só vives a esperar,

O que tens 
Ou nada tem,
Venha comigo 
Que lhe darei O que não tem,

Siga o meu sinal 
Pois lá nos céus
Terás com certeza 
A vida eterna,

João Rodrigues

1965
Meu grito está perdido 
Nas estradas do sertão 
Meus pés torrando no chão 
Meu ventre arrebentando 
Pela dor do embrião,

Filhos sempre a chegar 
Numa corrida sem fim 
O pão pouco que me resta 
Não sei o que será,

Nem preciso saber 
Assim fico a pensar,
Onde estou meu Deus,

Meu grito está perdido 
Na minha fé sem limite 
Por mais que eu acredite 
Dúvidas vem em minha mente 
Será o princípio ou fim 
De um grito aflito 
Ao ouvir o meu grito,

João Rodrigues

1966
Sai andando, andando 
Andando pela floresta 
Segui um carreiro batido 
Passando em malhadores 
Fui andando, andando 
Mas não encontrei ninguém

A mata fechada 
Aqui e acolá 
Tinha que parar 
Cortar ramos com facão 
O som ecoava distante 
Na imensidão do silêncio 
Até me dava medo,

Não percebia nada 
A não ser o mormaço 
O vento assoprava forte 
Chocando as árvores nas outras 
De vez em quando pássaros 
Voavam desesperados,

No meio do carreiro 
Via rastro de gente.

João Rodrigues

1967
Água fria em meu rosto 
Que gosto dá ao sentir 
O cheiro da poeira molhada 
E ver a água cair 
A enxurrada aos meus pés 
O coração a palpitar 
Querendo saltar do peito 
Ao ver a chuva chegar,

Só quem estava lá pra saber 
Quão grande era a emoção 
Ouvir o cantar dos pássaros 
Lá nos confins do sertão,

Nada no mundo é completo 
Tudo vem aos pedacinhos 
Como grãos de areia que formam 
O solo firme dos caminhos,

Formam as encostas da serra 
As planícies e os rincões 
Formam as veias da terra 
Que banham os corações,

João Rodrigues

1968
O homem é racional 
Dominante e possessor
As vezes dono da verdade 
Juiz e executor 
Filho pai e irmão 
Sobrinho tio e avô 
Contudo se esquece de tudo 
No tempo da sua dor,

O homem é racional 
Decide o seu desejo 
Aprova o que quer com qualquer 
Aperto de mão ou um beijo 
Mas nega logo em seguida 
Pelo o que aconteceu 
Isso é que é ser brutal 
Nem mesmo um animal 
Teria tal comportamento 
Na hora da sua dor,

Tudo que prometeu 
Não assumindo a culpa,

João Rodrigues

1969
Uma boa caçada 
Numa noite de luar 
O cão acua a caça,

Uma boa pesca 
Numa manhã de verão 
O anzol fisgando o peixe,

Uma animada festa 
Sanfona fazendo dançar 
A donzela e seu amor,

Um almoço inesquecível 
Ao acordar da festança 
Nunca sai de nossa mente,

Uma visita contente 
Na casa do Criador 
Nos fez ser obediente,

Um adeus para alguém 
Que vai viver distante 
Morando em nossas mentes,

João Rodrigues

1970
Tenho lembranças 
De ver o meu gado 
No verde pasto 
Com muita alegria,

A tarde fria 
Trazia consigo 
Pro seu abrigo 
O gado manso,

Noite escura 
Chuva fria 
Na companhia 
Do meu amor,

Hoje só resta 
Da grande festa 
O som eterno 
Que eu vivi,

Posso ouvir 
A voz de todos 
Na minha mente 
Contente, contente,

João Rodrigues

1971
Meus pássaros cantam 
Nas minhas manhãs 
Meus pássaros cantam 
Nas minhas tardes,

Meus pássaros cantam 
Nas minhas noites 
Meus pássaros cantam 
Nas minhas madrugadas,

Meus pássaros cantam 
Na minha tristeza 
Meus pássaros cantam 
Na minha saudade,

Meus pássaros cantam 
Na minha solidão 
Meus pássaros cantam 
A minha realidade,

Meus pássaros cantam 
Nas eternas laranjeiras 
Que estão em meu coração

João Rodrigues

1972
O meu cavalo castanho 
Quanto tempo ele viveu 
Relinchando lá no pasto 
Quanta alegria me deu,

Hoje fico pensando 
Como haveria de ser 
Se todos estivessem aqui 
Alegrando o meu viver,

É grande a confusão 
Que fica dentro da gente 
Por não ter mais do meu lado 
Quem me fez muito contente,

Não tem nada que substitui 
As coisas em nossas vidas 
Às vezes algo sem importância 
Era o mais importante,

Tenho vontade de chorar 
Mas não vou chorar 
Pois que graça tem 
Chorar sem ninguém,

João Rodrigues

1973
Quero lembrar também 
Que nada se pode sozinho 
Tem que ser sempre em dois 
Como fez o Criador 
Pois tudo que consegui 
Foi junto ao meu companheiro 
Meu único amor verdadeiro 
Que Jesus me enviou,

Foi com ele que pude 
Dar tudo que conseguimos 
Aos nossos pequeninos 
Frutos do nosso amor,

Não vou dizer que foi fácil 
A batalha que travamos 
Cada um lutou feroz 
Conforme a sua missão,

Fizemos a nossa parte 
Ficou tudo registrado 
Na lembrança de muitos 
O filme está gravado,

João Rodrigues

1974
Nunca pense em desistir 
Lute até o fim 
Não adianta fugir,

Cada um tem seu destino 
Não corra do sofrimento 
Nada é a contento,

Olhe pra uma estrada 
Muitas curvas pra virar 
Poucas retas pra seguir,

Veja a palma da mão 
Com nenhuma se parece 
Tudo é único,

Portanto a alegria 
É a conquista da sorte 
Vem inesperadamente,

Sorria enquanto puder 
Pois tudo se acabará 
Sem lhe dar satisfação,

João Rodrigues

1975
Minha linda canção 
É algo dentro de mim 
Que me dá inspiração 
Pra seguir o meu caminho,

Minha canção

É algo que me conforta 
Que sempre traz a resposta 
Da minha dúvida constante,

Minha canção

Companheira do amor 
Que toca o meu coração 
Pra aliviar a saudade,

Minha canção

Amiga inseparável 
De quem tem compromisso

Pra te tirar do enguiço,

Minha canção

Só ela e eu sabemos 
Pra quem devemos falar,

João Rodrigues

1976
O meu rio 
Meu companheiro frio 
Que sempre descia,

Parecia trazer noticias 
De fartura e destruição 
Levando em suas águas,

Era muito confortante 
Quando ia me banhar 
Ficava feliz 
Feliz com o meu rio,

Sei que ainda está 
Lá naquele lugar 
O meu rio a passar 
Onde eu ia me banhar,

Meu rio 
Nunca vou te esquecer 
Quando via as minhas lágrimas 
Se misturar com você 
Meu grande amigo,

João Rodrigues

1977
Ao som de um violão
Uma festa acontecia 
Lá nos confins do sertão 
Dançavam com alegria 
Numa cobertura de folhas 
Feitas para não durar 
Pois logo estariam secas 
Após a festa acabar,

Sei que elas secaram 
Deixando somente o chão 
Com as marcas dos meus pés 
Ao dançar com meu amor 
Porém em minha mente 
A lembrança que eu tenho 
Que nunca vai apagar 
Da minha mente sonolenta 
Quando estávamos a dançar,

Ela continua perfeita
Uma festa aconteceu 
Lá nos confins do sertão 
Ela ainda acontece,

João Rodrigues

1978
Cada um tem sua história 
Contando as suas vitórias 
Até sem se lembrar 
Dos que estavam ao seu lado 
Que até carregou o seu farde 
Mas fica assim esquecido 
Quando o coração bandido

Está contaminado
Pelo dono do momento 
Que já não tem discernimento,

Cada um com sua loucura 
De nunca se convencer 
De só ganhar 
Para ficar bem consigo
De ter razão em tudo
Mesmo perdendo Tenta justificar
Até produz inimigos
Cada um com sua história,

Gente burra
Que não muda o seu destino,

João Rodrigues

1979
Andando por al 
Num mundo de ilusão 
Correndo atrás do pão 
Eu segui,

Só guerras eu encontrei 
Se foi certo eu não sei 
Até se devia lutar,

Mas lutei
Lutei como um vencedor 
Mas não sei se venci 
A guerra não acabou,

Será que um dia 
Isso vai acabar 
Se quando a carne 
Perecer na escuridão,

Não sei não 
Muitos tentam dizer 
Que lá depois de morrer 
Esta guerra continua,

Estrada sem fim,

João Rodrigues

1980
Meu caminho está agora 
Perdido na imaginação 
Vejo alguém tentar passar 
Mas não consegue a chorar,

Vejo as árvores caídas 
Nas lembranças perdidas 
Minhas e do meu amor,

Não sei onde está 
Se a sorrir ou chorar 
Vendo a nossa estrada,

Lá nas árvores 
Interrompendo o caminho 
Serpentes coloridas 
Fazendo suas ninhadas,

Na minha estrada 
Na vida abandonada 
Por falta de mim 
De mim e do meu amor,

João Rodrigues

1981
Cada coisa tem seu lugar 
Seu lugar tem suas coisas 
No lugar que ficam as coisas 
Só é permitido coisas 
Do dono do seu lugar,

No coração não há vagas 
Para coisas diferentes 
Só se habita uma coisa 
Pro coração aceitar,

No amor nada de coisa 
Tudo é verdadeiro 
Nele não há dúvidas,

Na vida tem certas coisas 
Que só vivendo pra saber,

Que coisa é essa,
São coisas,

Tudo não passa de coisas,

João Rodrigues

1982
Queria me ver viver 
Dividir com o meu eu 
Ou então compartilhar 
No abismo do viver 
Vender a mim o que tenho 
Somando para meu bem 
Ter um total de engano 
Sem engano de ninguém,

Queria me ver nascer 
De um ventre de ilusão 
Minhas células agradecidas 
Sem ver ninguém sofrer,

Queria ser enrolado 
Na maciez da lã 
Agraciado por um fã 
Depois de uma canção,

Queria receber

No gosto ou paladar 
No gesto acalentador 
Cumprindo minha missão,

João Rodrigues

1983
Ano que vem 
Quero estar com meu bem 
Se tudo der certo 
Ano que vem 
Vou estar com meu bem,

Ano que vem 
Sei que eu estarei 
Com o meu bem 
Eu sei Se tudo der certo,

Só no ano que vem 
Eu estarei com meu bem 
Só nós dois sem ninguém 
Isso no ano que vem,

Mas ainda não tenho ninguém 
Que estará comigo 
Se tudo der certo
Assim será meu bem,

Quem será o meu bem,

João Rodrigues


1984
A minha casa 
Desejo do mundo inteiro 
Seu abrigo pra viver 
Ver seu filho nascer 
E ter onde ficar,

A minha casa 
Um mundo dentro do mundo 
Onde todos são abrigados 
Lugar único de alguém 
Com seus entes queridos,

A minha casa 
Ouço muitos gritarem 
Com força de um guerreiro 
Quem manda aqui sou eu 
Esta é minha casa,

A minha casa 
Todos querem ter 
Uma casa pra viver 
E assim poder dizer 
A minha casa,

João Rodrigues

1985
Nasci depois de ti 
Te conheci com alguém 
Senti ciúmes de ti 
Ali vi que te amava 
Pois já sonhava contigo 
Sem saber aonde estava,

Agora que te encontrei 
E já está comprometida 
Não vou realizar meu sonho 
Tenho que mudar de vida 
Vou procurar outro alguém 
Pra te dar o meu amor,

Sei que não vai ser fácil 
Esquecer-me de ti 
Pois quanto que já sofri 
Antes de te conhecer 
E depois de tudo isto 
Sei que vou padecer,

Se eu pudesse ao menos 
Te chamar de amor 
Eu seria tão feliz

João Rodrigues

1986
Seu olhar para mim 
É pura verdade 
Pois sinto que o amor 
Vive em seu olhar 
Pois quero sempre ter 
Seu olhar em meu amor, 

Quando levanto e vejo 
Você olhando pra mim 
Descubro-me pra viver 
O seu intenso carinho 
Que com seu olhar 
Não estou sozinho, 

Na verdade o amor 
Está no olhar 
Pois só se ama alguém 
Após o lindo olhar 
Que agrada o coração 
No peito a palpitar, 
Com meu olhar te vejo 
Comovida de paixão 
Parece possuída 
De desejo e emoção 
Tudo pelo olhar 
Que nasce do coração,

João Rodrigues

1987
Um pedido para mim 
Quero sim 
Pedir ao Senhor 
Uma bênção para mim,

Se for possível 
Me de de novo a razão 
Pra eu poder ganhar o pão,

Quero viver
Com o suor do meu rosto 
Bem distante do desgosto,

Um pedido para mim 
Mande a sorte pro meu lado 
Diminua o meu pecado,

Se não for pedir muito 
Dá pra alegrar os meus dias 
Me dê boas companhias,

Faça eu ver Quem é do bem,

João Rodrigues

1988
Casa da vergonha 
Casa do horror 
Casulo de esconder 
No escuro a viver 
Sem ninguém entender 
Combinado de maldade,

Ovário de vermes 
Feios e fedidos 
Filhos de bandidos 
Oráculo do inferno 
Oco da podridão,

Vazio da injustiça 
Véu que envolve 
Vidas para o mal,

Isto aconteceu 
Independente viveu,

Muitos em lamentos 
Lamentos até o fim...

João Rodrigues

1989
Pode deixar comigo 
Eu sei o que faço 
Não tenho medo 
Sou o melhor,

Saia da minha frente 
Sou eu quem manda 
É a minha vez Sou o melhor,

Espere aí Quero falar 
Ninguém me ouve 
Estou perdido 
Fui o melhor,

Que vida dura
Não sou ninguém 
Nem o que tenho 
Fui o melhor,

O que fiz 
Não vou fazer,

João Rodrigues

1990
Enquanto no seu castelo 
Ouve o piano tocar 
Pelas mãos da atriz 
Que te chama de amor 
Eu aqui na masmorra 
Morrendo de tanta dor,

Enquanto você senhor 
Dono de tudo que quer

Coberto de glória e poder 
Não se cansa de amar 
Eu aqui na masmorra 
Não me canso de penar,

Enquanto em suas noites 
De festa e alegria 
Com seus amigos poderosos 
Nos bailes de fantasia 
Eu aqui na masmorra 
Assombrada e fria,

Enquanto em seus planos 
De mostrar o seu poder,

João Rodrigues

1991
Abra a porta 
Pode me deixar entrar,

Sou seu amigo 
Posso contigo cear,

Obrigado amigo 
Mesmo assim sem abrir,

Vou te deixar ai 
Não quero te incomodar,

Adeus se me escuta 
Vivendo na escuridão,

Com quem se parece 
Se não se vê no espelho,

Não deve nem ter olhos 
Só deve ter o lugar,

Que bom para você 
Assim não pode chorar,

João Rodrigues

1992
Multidões de perdidos 
Bois soltos e vencidos 
Num curral lamacento 
Em um balão sem vento 
De fome tristeza e dor

Sertão cruel sem anel 
No dedo do defensor 
Corrupto e corruptor 
Banhando no mesmo no 
Na mesa o prato vazio 
Na ausência do doutor

Diploma comprado 
Feito no ventre de alguém 
Cargo encomendado 
Depois da eleição.

Uns não sabem de nada 
Outros não podem falar 
Só lhes resta continuar 
Por um rumo sem prumo 
Em multidões

João Rodrigues

1993
Venha comigo
Vamos viver nossas vidas 
Vamos seguir nossa estrada 
Vamos andar,

Vamos seguir um caminho 
Que podemos escolher 
Vamos deixar de sofrer 
Vamos amar,

Vamos ser compreendidos 
Por onde for um sorriso 
Vamos sair do abismo 
Vamos cantar,

Vamos fazer a canção 
No jogo de existência 
Sem importar com o medo 
Sem ter segredos,

Vamos meu amor 
Vamos levar conosco 
O preço de liberdade,

João Rodrigues


1994
Sempre em dúvida ele vai 
De porta em porta batendo 
A procura de trabalho 
A fim de ganhar o pão 
O sustento da família 
E a fatia do leão,

Chega a um que não lhe serve 
Vai pro outro que está fechado 
De tanto andar pela rua 
Seu sapato está furado 
À noite chega em casa 
O seu aluguel atrasado,

Nem consegue dormir 
Desentende com a mulher 
Quando ele vai procurá-la 
Pra satisfazer a vontade 
Porém não consegue nada 
Numa noite atormentada,

O dia chega muito cedo 
Ele sai a procurar 
Como um cão perdido,

João Rodrigues

1995
Labirinto perdido 
Unidade de confino 
Na escuridão do destino 
Grades de um sistema 
De teias ali trançadas 
Fechando a estrada 
Agora compreendida 
Por alguém competente 
Reservado ao poder,

Desde a sua criação 
Que maldição 
Nunca vai acabar 
Pois eternamente 
No tempo 
Está à disposição...

Para servir o doutor 
A coisa feia

Otário e cheio de pompas 
Brutal em suas decisões 
Rude senhor de gravata
Estacionado no tempo,

João Rodrigues


1996
Sol que vive entre as nuvens 
Sem brilho como a lua 
Sem sentido no destino 
Sem realização,

Estrada curta que chega 
Esburacada e perdida 
Escola de depravados 
Escória de safadeza,

Meretriz de incompetentes 
Matilha de usurpadores 
Muralha de incerteza 
Matança de inocentes,

Eu quero distância 
Sim, muita distância 
Pra não penar 
Na pena dura 
De levar a minha vida 
Na ilusão 
Até um dia...

João Rodrigues

1997
Antes que passa 
Procure saber 
Para não perder 
A salvação,

Qual è sua fé 
Mas se não tem 
Pense em quem 
Possa te dar,

Pois se perder 
A nave santa 
A sua banca 
Chegará ao fim,

Vamos seguir 
Andar num caminho 
Sorrir em fim 
Por ai,

Está disposto 
Assuma o posto 
Em sua glória,

João Rodrigues

1998
Dono do vácuo 
Senhor dos montes 
Rei do vazio Invencível,

Dono da força 
Senhor da distância 
Rei sem clemência 
Suave,

Dono do dia 
Senhor das noites 
Rei dos abismos 
Lá nos confins 
Brutal,

Meu companheiro 
Sempre comigo 
No meu abrigo 
Aliviando 
A minha dor,

No teu furor 
O meu desejo,

João Rodrigues


1999
Anda sempre por ai
Interpretando alguém 
Sem importar no que dá 
Se desgosto ou alegria 
Fantasma do sonho da vida 
Que nos leva,

Eu para muitos sou você 
Coberto de muita razão 
Sou como o entardecer 
Como a noite e a escuridão 
Sou um coração malvado 
Que nos leva,

E quando sinto que sou 
Vejo tudo diferente 
Uns correm de mim 
Com semblante assombrado 
São verdadeiros fantasmas 
Que me deixam assustado,

De tantos fantasmas 
O mundo está diferente 
Vejo fantasmas tristes,

João Rodrigues


2000
Um dia eu irei
Com quem não sei 
Sei que vou pro além 
Não quero nem poder querer 
No além não se quer 
Nem se vê o que querer,

É diferente daqui
Sem luz ou escuridão
Sem miséria e humilhação 
Sem razão
Sem nada mais além 
Lá é o além,

Ali ninguém chora ou reclama 
Não tem mágoa nem tem drama 
Do mundo de incertezas 
Do além, além,

Pois é o além Além de tantas tristezas
Além para mim é verdade 
Que se apaga a maldade 
Que muda a realidade,

João Rodrigues

2001
Estou farto de saudades 
Desde que você se foi 
Sei que foi pra longe 
Viver no mundo do além 
Lugar pra onde você foi 
E que nunca vai voltar,

A saudade é confiante 
Por saber o que se deu 
Mas procuro entender 
Os momentos que tivemos 
Nos alegres eu prefiro 
Pra não me entristecer,

De onde estiver se puder 
Peço desculpas por tudo 
Mesmos nos momentos mudos 
Que fiquei a chorar 
Quando algo estava errado 
Sem eu poder te falar,

Quero dizer adeus 
E até te pedir perdão 
Quanta saudade,

João Rodrigues

2002
Ali vejo o que se foi 
Ali vejo o que foi meu 
Ali vejo quanto vivi 
Ali vejo meu fim 
Meu triste fim 
Bem ali,

Ali gritam de dor
Ali clamam sem fim 
Ali choram por mim 
Ali vejo meu fim 
Meu triste fim 
Bem ali,

Ali todos estarão
Ali contarão vitórias
Ali ouço as histórias 
Ali não tem saída
Ali vejo meu fim 
Meu triste fim
Ali vejo meu fim 
Meu triste fim 
Bem ali...

João Rodrigues

2003
Tudo no mundo tem fim 
A estrada e o viver 
A angústia e a saudade 
A saúde e o sofrer

Tudo no mundo tem fim 
Da riqueza e da pobreza 
Da verdade e da mentira 
Da dúvida e da certeza,

Tudo no mundo tem fim 
A sorte e o azar 
A alegria e a tristeza 
A bênção e a maldição,

Tudo no mundo tem fim 
Contudo para quem vê 
O seu próprio fim chegar 
Pois tudo no mundo tem fim,

Tudo no mundo tem fim 
Até o fim do mundo 
Um dia chegará ao fim,

João Rodrigues

2004
Sou como o sol
Que brilha no horizonte 
Sou como o azul do monte
Como nuvens a vagar
Sou como a luz
Que vaga no imensidão,

Sou como o sorriso
De uma inocente criança
Como um pouco de esperança
Sou o desejo de ter
Sou como um olhar 
Que vaga pra onde não vê,

Sou como o pacto
Entre a vida e a morte
Sou como o azar e a sorte
Sou como qualquer final 
Sou como a fé
Que vaga de mente em mente,

Sou como o vento
Que vai pra qualquer destino 
Sou como o som do sino,

João Rodrigues

2005
Tenho vergonha de ver 
Tenho vergonha de ser 
Tenho vergonha de ter 
Mas que vergonha que tenho 
Quanta vergonha,

Morro de tanta vergonha 
Vergonha só de pensar 
Pura vergonha que tenho 
De não poder ter 
Porque tenho vergonha,

Só me resta a vergonha 
Vergonha até de olhar 
Para não me ver chorar 
De tanta vergonha,

Pura vergonha 
De tanta gente 
Sem vergonha,

Sei que é só vergonha 
Nada mais do quê vergonha 
Saber de tanta vergonha,

João Rodrigues 

2006
A incansável esperança 
Ela é a última a morrer 
Es tu esperança 
Sempre esperei você 
Mas nada mais do que esperar 
A chorar, chorar, chorar,

Sabendo que um dia 
Quando menos esperar 
Vai chegar o tal momento 
Do que espera tocar 
E em seu peito contente 
Repleto de esperança 
Puro e sem vingança,

Em seu semblante se vê 
Um ar de fantasia 
Que se mistura ao viver 
No pensamento sem parar 
Uma nova esperança chega 
Sem ao menos esperar,

É na completa esperança 
Que realizamos os sonhos,

João Rodrigues


2007
No pasto eu vejo 
Lindos novilhos pastando 
Vejo pássaros voando 
Aliviando a tenção
Buscando no bolo o pão 
Vejo no pasto eu vejo,

No rastro eu vejo 
A suavidade da fera 
Se escondendo na relva 
À procura do seu pão 
Vejo no rastro eu vejo,

No grito que ouço 
De um avisando o outro 
Vamos fugir um instante 
Pra vida continuar 
No grito eu ouço,

No medo eu sinto 
Que tudo tem o seu fim 
Vejo que o valentão 
Chora ao sentir dor 
No medo eu sinto,

João Rodrigues

2008
O pescador contente 
Quando pesca o seu pão 
Na água fria o vivente 
Surge na emoção 
De um desejo sem fim 
Entre a sorte e a razão,

Uns morrem para ceder 
O direito de viver 
Aos que te venceram 
Na fria guerra do poder 
Uns de escravizar o ser 
Até o seu semelhante,

Daí que nasce a guerra 
Sem nenhuma compaixão 
Vence talvez o melhor 
Conforme a sua invenção,

O mundo foi sempre assim 
Uns ganhando outros perdendo 
Uns nem sabem o que fazem 
Nem outros o que estão fazendo

João Rodrigues

2009
Tem de fazer acordo 
Somente para escrever 
Pois falam com seus sotaques 
Difícil de entender,

A língua que leva a fala 
Na mente o entendimento 
Mas tem de ter acordo 
Difícil de entender,

O que tem a ver tal coisa 
Se em nada vai mudar 
Cada um tem o seu jeito 
Difícil de entender,

Coisa de gente 
Para saber tem que ser 
Gente entre gente 
Difícil de entender,

Mas entendo que 
O que de cada um 
É um que sem pra que 
Difícil de entender,

João Rodrigues

2010
Uma história pessoal 
De alguém que brilhou 
Num cenário infernal 
Longe da paz e amor,

O filho de um povo 
Explorado sem razão 
Nas mãos dos estrangeiros 
Longe da paz e o amor,

Preso por muitas vezes 
No cárcere da escravidão 
Imposta por estrangeiros 
Longe da paz e o amor,

Depois de muitas batalhas 
O povo o elegeu 
Como chefe da nação 
Trazendo a paz e o amor,

A fome foi combatida 
Até nos confins do sertão 
Cada um que recebia 
Um bocado no cartão,

João Rodrigues

2011
Ela é nossa presidenta 
O povo a elegeu 
Uma mulher para mandar 
O fato aconteceu,

Ela é nossa presidenta 
Uns falavam assim 
Uma mulher vai mandar 
O fato aconteceu,

Ela é a nossa guerreira 
Uns falavam a chorar 
Uma mulher vai mandar 
O fato aconteceu,

Ela é a nossa esperança 
Muitos assim afirmavam 
Agora uma mulher que manda 
O fato aconteceu,

Ela é a nossa força 
Parecia tudo mudar 
Uma mulher vai mandar 
O fato aconteceu,

João Rodrigues

2012
Talvez o desejo de muitos 
Contudo não aconteceu 
For para quem morreu 
O mundo não acabou,

Noticias vinham de longe 
Assustando os inocentes 
Uns vendiam o que tinham 
O mundo não acabou,

Quanta ignorância 
De um povo insensível 
Acreditar no que dizem 
O mundo não acabou,

Podemos viver conscientes 
De que o tempo é assim 
Só Deus sabe do fim 
O mundo não acabou,

Vamos assim continuar 
Agradecendo a Deus 
Com sua infinita bondade 
O mundo não acabou,

João Rodrigues

2013
Cuidando de mim 
Vi assim cada um 
Dos seres que um dia 
Deus me confiou,

É muito difícil dizer 
Com nada pode comparar 
Ver perto de você 
Quem Deus te confiou,

Repleto de alegria 
Cada momento vivido 
Ao viver o dia a dia 
Com quem Deus te confiou,

É uma soma sem fim 
De quadros de emoção 
É uma festa que vivemos 
Com quem Deus nos confiou,

Sorria agora comigo 
Jamais apaga o sorriso 
Na face de alegria 
De quem Deus nos confiou,

João Rodrigues

2014
Tudo bem por aqui 
Coisas piores já vi 
Guerras que assisti 
Mas tudo bem por aqui

Tudo vi nesta vida 
Pois tanto tempo na lida 
Poucas lembranças perdi 
Mas tudo bem por aqui,

Tudo bem, eu sei 
Em que errei e acertei 
Fiz mais certo do que errado 
Tudo bem por aqui,

Tudo bem gente, tudo bem 
Esta é a existência 
No viver com consciência 
Fica tudo bem por aqui,

Tudo bem para mim 
Sei que ainda não é o fim 
Podemos continuar 
Está tudo bem por aqui,

João Rodrigues

2015
Meus olhos estão te vendo 
Nesse século que vive 
Desejo ainda mais que viva 
Vida com alegria,

Meus olhos estão te vendo 
Quanto foi árdua a batalha 
Desejo agora porém 
Vida com alegria,

Meus olhos estão te vendo 
Nos seus as suas conquistas 
Desejo ainda mais que tenha 
Vida com alegria,

Meus olhos estão te vendo 
O teu sorriso contente 
Desejo com toda certeza 
Vida com alegria,

Meus olhos querem chorar 
Ao ver os seus brilhando 
Como uma estrela nos céus 
Com sua eterna alegria,

João Rodrigues

2016
Nada
Não tenho o que dizer 
Grande é minha emoção 
De poder estar aqui 
E te dizer como vai,

Não tenho o que dizer 
Nem voz para bradar 
De poder estar aqui 
E te dizer tudo bem!

Nem sei o que dizer 
De poder estar aqui 
E te dizer que bom,

Nem sei o que dizer 
Contudo posso dizer 
Que me orgulho de ti,

Nem sei o que dizer 
Mas digo sim 
O que seria de mim 
Sem você,

Nada poderia dizer,

João Rodrigues

2017
No acaso
No acaso por acaso
Agente esquece 
Só se lembra padece 
Ao viver por acaso,

No acaso por acaso
Eu vi os caso 
Me fez lembrar por acaso 
Como foi aquele caso,

No acaso por acaso 
A saudade me tocou 
Me lembrei do nosso amor 
Que foi apenas um caso,

No acaso por acaso 
Se aonde estiver ver o sol 
Fale do nosso caso 
Mesmo que for no ocaso,

No acaso por acaso 
Quem não teve um caso 
Prepare para o seu caso 
Que acontece por acaso,

João Rodrigues

2018
Outro Dia

Pode até ser ilusão,
Contudo eu vi passar
Naquele filme que vi
Uma criança a chorar

Pode até ser ilusão 
No entanto eu pressenti 
Naquele filme que vi 
Uma criança chorar

Pode até ser ilusão 
Mas senti que era real 
No filme de minha vida 
Aquela criança a chorar

Podia até ser ilusão 
Sei que agora é real 
O filme me retratava 
Naquela criança a chorar

Podia até ser ilusão 
Tudo que aconteceu 
Sei que o filme sou eu 
Daquela criança a chorar,

João Rodrigues

2019
Aonde Estiver
Pode ser aqui ou ali, 
Nos céus

Na terra
Ou no mar
No canto quente do peito
Que vive a palpitar
Mas aonde estiver
Nos céus
Na terra
Ou no mar
No olhar distante no tempo 
Que nunca pode esperar 
Mas aonde estiver
Nos céus
Na terra
Ou no mar
Eu sempre vou te amar.

João Rodrigues

2020
Meu adeus
Não tive muita atenção
Parecia não entender
O que estava acontecendo
Ao ver indo pro chão,

Pois foi
Num estreito espaço 
Cavado ali no chão,

Pessoas se despediam
Sem nenhuma alegria
Olhavam ali pro chão,

Não contestei
Não tinha mais o que falar
Pois não teria resposta,

Ela foi viver com Deus
Deixando o mudo silêncio
Se despedir dos seus,

Nada mais para dizer
Só quero dizer assim
Adeus Ana.

João Rodrigues

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